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montesclaros.com - Ano 26 - sexta-feira, 23 de maio de 2025

Polícia Civil: "... deflagrou, nesta quinta-feira (22/5), a operação Descrédito, que resultou no cumprimento de 15 mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão" em Belo Horizonte, M. Claros e ...."

Quinta 22/05/25 - 18h01

17h13m, quinta-feira, da Polícia Civil:

Polícia Civil prende 15 investigados por fraudes bancárias em operação no estado

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nesta quinta-feira (22/5), a operação Descrédito, que resultou no cumprimento de 15 mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão em Belo Horizonte, Região Metropolitana, Montes Claros, no Norte do estado, e São Sebastião do Paraíso, no Sul mineiro.

A ação teve como alvo uma organização criminosa composta por ao menos 18 integrantes, incluindo gerentes e ex-gerentes bancários, falsificadores de documentos e intermediários. O grupo é responsável por aplicar golpes milionários, com prejuízo superior a R$ 20 milhões, utilizando dados de pessoas físicas e jurídicas para a obtenção fraudulenta de empréstimos.

Mais de cem policiais civis participaram da operação, coordenada pelo 18º Departamento de Polícia Civil em Poços de Caldas, por meio da Delegacia Regional em São Sebastião do Paraíso, com apoio de equipes da capital e do Norte de Minas.

Esquema criminoso

De acordo com o delegado Rafael Gomes, responsável pela investigação, os suspeitos agiam de forma estruturada e dividida.

“A organização tinha um coordenador que fazia a ponte entre os falsificadores de documentos e os gerentes das instituições financeiras. Os gerentes enviavam CPFs e CNPJs com alto score, e os falsificadores criavam documentos falsos usando esses dados e fotos de comparsas. A partir daí, contas eram abertas e empréstimos de alto valor eram contratados em nome das vítimas”, detalhou.

Em um dos casos, a Polícia Civil identificou um empréstimo de meio milhão de reais feito em nome de uma moradora da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima só descobriu o golpe ao ser surpreendida com a cobrança. Em outro exemplo, o delegado descreveu uma fraude de R$ 100 mil, feita contra um morador de São Sebastião do Paraíso.

Investigação

As investigações começaram em setembro de 2024, após uma vítima da cidade procurar a delegacia local. Um dos principais articuladores do esquema foi preso em outubro, em Belo Horizonte, o que deu início à apuração mais ampla.

Segundo o delegado regional em São Sebastião do Paraíso, Tiago Bordini, a investigação revelou que o golpe não se limitava a pessoas físicas. “Além das vítimas que tiveram seus nomes usados, também há prejuízo direto às instituições financeiras, que foram enganadas com o uso de documentos falsos e conivência de alguns de seus próprios gerentes”, ressaltou.

Resultados e desdobramentos

Ao todo, foram bloqueadas 97 contas bancárias e quebrados os sigilos bancário e fiscal de vários alvos. Entre os 15 presos, estão quatro gerentes bancários em atividade e dois ex-gerentes, além de falsificadores e operadores do esquema. Pelo menos três dos detidos confessaram participação, um deles admitindo que chegou a abrir 40 contas fraudulentas e que recebia 10% de comissão sobre os empréstimos contratados.

No curso da operação, também foram cumpridos mandados em quatro agências bancárias, pertencentes a três instituições financeiras distintas, que colaboram com a investigação e já afastaram parte dos suspeitos de envolvimento.

O chefe do 18º Departamento, delegado Marcos Pimenta, destacou a importância da investigação conduzida pela equipe do Sul de Minas: “A Polícia Civil está atenta e vai continuar reprimindo o crime organizado em todas as suas formas. Esse é só o primeiro passo”, disse.

A PCMG continua os trabalhos de análise dos materiais apreendidos, como celulares, computadores, documentos e cartões bancários virgens, e já planeja novas fases da investigação, que pode levar à identificação de mais vítimas e envolvidos.


***

18h06m, quinta-feira, do jornal Estado de Minas, de BH:

Ex-gerente de agência bancária em MG confirma que recebia parcela em golpes

Fraudes financeiras já geraram prejuízos de R$ 20 milhões. Quinze pessoas foram presas durante operação nesta quinta-feira (22/5)
Clara Mariz

Um dos ex-gerentes de uma agência bancária preso durante operação que investiga um esquema de fraudes confessou que recebia 10% do valor de empréstimos feitos. Os crimes foram cometidos em unidades de três instituições financeiras na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Até o momento, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) estima que o prejuízo seja de R$ 20 milhões.

Os detalhes do esquema foram esclarecidos após a prisão de 15 suspeitos na manhã desta quinta-feira (22/5) durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva. As ordens judiciais foram expedidas para endereços em: BH; Ribeirão das Neves, Betim e Sabará, na Região Metropolitana; São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas; e Montes Claros, na Região Norte de Minas Gerais.

As investigações revelam um sofisticado esquema fraudulento envolvendo o conluio de gerentes de agências bancárias, com atuação voltada à obtenção de empréstimos e movimentações ilícitas em nome de terceiros. "A organização criminosa é especializada em fraudes bancárias e abertura de contas fraudulentas, com empréstimos em nomes de terceiros, vitimando não só a pessoa que teve a conta aberta, como a instituição financeira para quem os agentes trabalhavam", explicou o delegado Rafael Gomes, da Delegacia Especializada em Investigação de Fraudes, de São Sebastião do Paraíso

Entre as pessoas detidas estão: quatro gerentes das instituições financeiras lesadas e dois ex-funcionários. Apesar de a investigações prosseguirem, os suspeitos foram indiciados por organização criminosa, lavagem de capitais, estelionato por fraude eletrônica, falsificação de documento público e uso de documento falso.

“Algumas delas confessaram o envolvimento, e um dos gerentes confirmou que fez 40 abertura de contas desse perfil, com empréstimos dessa magnitude. Então, acreditamos que o montante desviado pode ser muito maior. É importante salientar que todo o material será analisado com calma e sem atropelo. E acredito que teremos outras fases em breve”, afirmou Marcos Pimenta, chefe do 18º Departamento da PCMG.

O esquema

As investigações começaram em setembro de 2024. Na época, um morador de São Sebastião do Paraíso procurou a corporação para denunciar que usaram seus dados para abrir uma conta bancária. A vítima afirmou que teve o nome negativado e, por isso, descobriu o esquema.

Além disso, ela estava sendo processada pela Justiça do Trabalho. A vítima teve um empréstimo de R$ 100 mil aberto em seu nome.

Conforme o delegado Rafael Gomes, a partir da denúncia as investigações apontaram que o suspeito era natural de Belo Horizonte e estava se passando pela vítima há mais de cinco anos. Ele apresentava uma carteira de identidade e uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com os dados do prejudicado. Apenas a foto e a assinatura eram suas.

Após a prisão, as apurações apontaram que o homem era coordenador da organização criminosa. Além dele, outras 17 pessoas participam do esquema. Ainda segundo Gomes, o homem intermediava o contato entre os responsáveis pelas falsificações de documentos e os gerentes das instituições financeiras.

Os funcionários, sabendo do esquema, apontavam cadastros de pessoas físicas e jurídicas que tinham boas pontuações e, como consequência, conseguiriam empréstimos de valores altos. Em seguida, os dados eram encaminhados para os falsificadores e as contas criadas. “Assim, eles efetuaram empréstimos em quantias voluptuosas. Chegamos a identificar uma conta bancária em que foi feito um empréstimo de R$ 500 mil, sem que essa pessoa soubesse”, afirmou o delegado Rafael.

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