STF já tem maioria para condenar a cabeleireira do "Perdeu, Mané". Moraes votou por 14 anos de prisão; ministro Fux, por 1 ano e 4 meses

STF formou maioria para condenar cabeleireira que escreveu na sua estátua o ´Perdeu, mané´:


A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta sexta-feira (25), para condenar Débora Rodrigues dos Santos, acusada de escrever a frase "Perdeu, mané" na estátua "A Justiça", localizada em frente ao prédio da corte.

O julgamento ocorre no plenário virtual do STF, onde os ministros inserem seus votos eletronicamente.

Débora responde por cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou por uma pena de 14 anos de prisão em regime fechado.​


A frase "Perdeu, mané" foi dita pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, em novembro de 2022, após ser abordado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro durante um evento em Nova Iorque.​

Débora está presa desde março de 2023, quando foi alvo da oitava fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os responsáveis pelos atos de 8 de janeiro.​


O julgamento no plenário virtual está previsto para ser concluído até o dia 28 de abril.​


FUX

​O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (25) pela condenação de Débora Rodrigues dos Santos, acusada de pichar a estátua "A Justiça" com a frase "Perdeu, mané" durante os atos de 8 de janeiro de 2023.

No entanto, Fux divergiu do relator Alexandre de Moraes quanto à dosimetria da pena.​

Enquanto Moraes propôs uma pena de 14 anos de prisão, Fux sugeriu uma condenação de 1 ano e 6 meses de reclusão, além de multa.

Ele considerou que Débora deveria ser condenada apenas pelo crime de deterioração de patrimônio tombado, absolvendo-a das demais acusações, como tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada. ​


Fux levou em conta o fato de Débora já ter cumprido mais de dois anos de prisão preventiva, seu bom comportamento na cadeia, participação em atividades educativas e aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) durante o período de detenção. ​


Com o voto de Fux, a Primeira Turma do STF formou maioria pela condenação de Débora Rodrigues. No entanto, ainda há divergência entre os ministros quanto à pena a ser aplicada. O julgamento ocorre no plenário virtual e está previsto para ser concluído até o dia 28 de abril