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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 27 de abril de 2024
 

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Mensagem: Conversa pra boi dormir Já há algum tempo Arnaldo Caldeira Rocha havia me informado que estava concluindo um livro e queria que eu fizesse o Prefácio, a sua apresentação aos leitores. Conheci Arnaldo Caldeira em Coração de Jesus, mas não sabia que ele escrevia. Aliás, escrever todos podem, é só querer e ter ideias. Em conversa com José Luiz Rodrigues e Reynaldo Velloso Souto, relacionamos mais de trinta escritores novos na terra de Montes Claros, nos últimos dez anos. O odontólogo Arnaldo Caldeira Rocha, graduado pela hoje Universidade de Diamantina - ex-FAFEOD e advogado diplomado pela UNIMONTES, atuou como ator algumas vezes, escreveu peças, que já foram montadas e exibidas em algumas cidades e tem experiência como diretor de teatro. Não é um iniciante na arte literária. Ele já escreveu e publicou crônicas em jornal de Diamantina, sendo autor de alguns poemas e contos e também compositor musical. Arnaldo Caldeira pensou e criou “Conversa pra boi dormir”, um livro interessante e de fácil leitura. Assemelha-se a um diário. Como autor-narrador, na primeira pessoa, sem recordar datas e rememorando o passado, a vida, no primeiro capítulo ele mostra a luta da infância contra a obrigação da aprendizagem na escola. Uma labuta de marcar lembrança. Vontade de fuga da escola. A criança não aceita as coisas como elas são: rebeldia. Toda cidade, nos tempos narrados, tinha uma União Operária, onde a classe trabalhadora se divertia. Qual a cidade? Não sei. Com certeza do Norte de Minas Gerais, não muito distante do rio São Francisco e das divisas com a Bahia. Mas qual a cidade que não tem uma rua de baixo? Qual o povoamento humano interiorano que não teve a sua “jardineira” como meio de transporte? O desaparecimento de duas crianças teria sido conversa-mole-pra-boi-dormir? Só lendo o livro para saber. “Há tanta coisa nesse mundo, que metade basta”, mas feiticeira como a Miguelina nenhuma outra cidade teve, apesar de velha, feia e muito branca. As personagens são pessoas simples, presentes no cotidiano da vida. O espaço, o ambiente urbano de uma cidadezinha qualquer. O tempo indefinido. O narrador, como protagonista consciente e personagem principal, conta a história e participa do enredo, tendo como foco narrativo a sua própria vida. Ele se equipara a Bentinho de ”Dom Casmurro”, romance de Machado de Assis. Para o narrador, com foco narrativo na primeira pessoa, “a vida continua modorrenta, alheia às nossas elucubrações. A vida, na minha maquinação de pessoa simples, é um bolo de ilusões, cuja cobertura são os nossos sonhos. Que seria o choro bobo de uma criança descontente, diante desse mar eterno de ilusões? Nada. Nando... Absolutamente nada, pensei”. Na Rua da Palha, das Formosas, ou simplesmente Formosa, no vazio mórbido do amor vendido, pululavam as messalinas, as cleópatras, as fedras, as impérias, as lucrécias, com roupas convidativas, exageradamente maquiadas, ruge carregado, batom insinuante, unhas de um vermelho escarlate, perfume enjoativo, mas não iam à igreja, nem passavam pela Praça, onde estava centrada a riqueza, a cultura e o governo. Os meninos perambulavam pela rua e se perdiam no jogo da aprendizagem. Coroinha que ajudava missa em latim pode substituir o padre? Sei, não. Estou concluindo o mister de escrever o Prefácio.

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